7 de maio de 2013

A arte dos fotógrafos cegos prova que cego é aquele que não quer ver.


Quem está cego, não necessariamente está morto para a luz. É o que provam alguns profissionais, que mesmo não percebendo formalmente as fontes luminosas, desenvolvem outros sentidos que lhes capacitam o enquadramento dos temas. Não se pode dizer que os cegos não sejam seres visuais, o que se pode dizer que eles “vêem” a luz de uma maneira diferente.

É o que você vai comprovar apreciando a obra dos três artistas a seguir. Seu reconhecimento não provém da condescendência oriunda deles serem cegos, mas pelo fato da sua obra carrear extraordinário talento.


1- Alison Bartlett. 
Uma fotógrafa da vida selvagem cega? Como isto seria possível? Alison Barlett prova que os nossos olhos não são tudo, como reza a crença de senso comum de que somos seres visuais.

Fotógrafos cegos - Alison Bartlett1

Ela, ao longo dos anos de cegueira, desenvolveu tão formidavelmente a sua audição, que se tornou capaz de captar o som emitido pela batida das asas de um pássaro em pleno vôo. Com este tipo de acuidade, ela adquiriu o dom de congelar o milésimo de instante, para transformá-lo em obra de arte.

2- Evgen Bavcar.

Por que um cego usaria óculos transparentes ao caminhar pelas ruas?

Fotógrafos cegos - Evgen Bavcar 1

Por que ele gostaria de caminhar pelas ruas de Paris vestido com o mesmo boné preto, capa e manta vermelha usados pelo famoso cantor de cabaré Aristide Bruant, retratado pelo pintor pós-impressionista Toulouse Lautrec?

Fotógrafos cegos - Evgen Bavcar 2

Porque ele correria o risco de dar entrevistas em programas de rádio discorrendo sobre pinturas que nunca viu?

Fotógrafos cegos - Evgen Bavcar 3

Porque ele teria a presunção de tirar fotografias, mesmo sendo cego?

Fotógrafos cegos - Evgen Bavcar 4

Para este sérvio, a perda da visão antes dos vinte anos não o incapacitou para as visões, que continuaram a lhe fustigar ao longo da vida.


3- Pete Eckert. 


Não tento apenas descrever o mundo visível.

Pete Eckert 1

Tento, outrossim, mostrar o mundo que eu vejo usando meus outros sentidos, minhas memórias e emoções, assim como a sensação obtida através do tato. As pessoas não me tomam por cego depois que vêem o meu trabalho.

Pete Eckert 2

Considero-me uma pessoa visual, que apenas não vê sob uma compreensão restrita do verbo ver.

Pete Eckert 3

A excelência da obra dos três fotógrafos aqui retratados demonstra cabalmente a veracidade da máxima popular: “cego é aquele que não quer ver”.

Fontes:
Alison Bartlett.

Evgen Bavcar. Link1, Link2.

Pete Eckert.

Link relacionado.
Saiba como os deficientes visuais tiram fotos.

02/12/2008

Móveis que M.C. Escher teria desenhado.

Maurits Cornelius Escher nunca desenhou móveis, pois sua obra foi focada em figuras e formas planas que se aproveitavam das abstrações contidas na teoria da perspectiva, para distorcê-las e surpreender a percepção do espectador. Escher é então a rebeldia contra o consenso dos pontos de fuga renascentistas – sem cair no surrealismo e se valendo de uma técnica ultrarealista – ele deforma a realidade já deformada, posto que reduzida à bidimensionalidade da gravura.
Trazer a proposta de Escher para a tridimensionalidade é um exercício de extrapolação que muitos artistas perseguem. Desta forma, se vê em muitas manifestações estéticas, tais como na arquitetura e no design, alguns objetos refletindo a poderosa influência das estruturas escherianas.

Diante do exposto me questionei, como teriam sido os móveis desenhados por Escher? Então, procurei alguns que refletissem a sua estética e encontrei testemunhos da continuidade da sua obra, revista sob outros olhares.

Um beliche echeriano.

Armários Escherianos.
Você não está com labirintite! Os inquietantes armários abaixo desenhados por Vincent Thomas Leman, revelam uma inequívoca influência do artista holandês.

Mesa infinita, um dos temas recorrentes na obra de Escher é o da forma infinita, tal como o Anel deMoebius e os Nós.

Cadeira conservadora de energia.

Sofá cromado inspirado no símbolo “@”, também uma figura infinita.

Esta cadeira não existe! Portanto, por que não poderia ser de Escher?

Aquário Infinito.

Para finalizar, vejamos a casa ideal para receber os móveis inspirados em M.C. Escher. Vamos admitir que a feitura desta obra tenha sido o maior pesadelo de todos os tempos dos pedreiros que dela participaram! Local: Polônia.




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